Os “novos políticos” têm de se desmarcar dos “velhos” exemplos

A abstenção nas eleições para os órgãos universitários é uma realidade nas universidades portuguesas. Este é um problema que não termina com o fim da vida académica. É um problema que se propaga para eleições dos órgãos governativos do país.
Nas últimas eleições para os órgãos de governo da Associação Académica da Universidade do Minho, fez-se história: a abstenção desceu a barreira dos 80%. Desde 2009 que o mínimo de abstenção se situava nos 81%, atingidos em 2014. Desta vez, a abstenção baixou para uns “reduzidos” 74,39%. Por outras palavras, numa eleição que conta com cerca 18 mil eleitores, só 4631 alunos votaram nestas eleições.
Esta enorme abstenção foi efusivamente festejada pelos “políticos” da universidade. Apesar de não deixar ser uma vitória e um progresso no combate à abstenção, ainda há muito trabalho a fazer. É preciso cativar e incentivar os universitários a adquirirem o hábito de votar. É algo que estes “novos políticos” têm obrigação de cultivar nas mentes dos universitários de todo o país. Isto porque, um dia, a universidade termina. Mas os hábitos de voto adquiridos permanecem connosco para sempre.
No entanto, a culpa da falta de incentivo ao voto não é dos “novos”, mas sim dos “velhos” políticos. Os partidos e candidatos não se preocupam em apresentar medidas para convencer os jovens a votar. E os “novos” políticos seguem o exemplo dos mais velhos. A informação das listas universitárias só chega àqueles que se preocupam com o rumo do seu meio académico e que têm uma genuína preocupação em se sentirem informados sobre os programas que cada lista defende.

                Está na altura de mudar o rumo dos acontecimentos. É preciso que os “novos políticos” se desmarquem dos seus exemplos. É necessário inovar, incentivar e cultivar o voto nas mentes dos universitários portugueses. É necessário que haja uma genuína preocupação em divulgar as ideias que uma lista defende e fazer com que essas ideias cheguem aos eleitores. Se, durante a universidade, não incentivar-mos os jovens a correr às urnas e exercer o direito ao voto, o mesmo irá acontecer nas eleições para os órgãos governativos do país. Se fizemos a Revolução de 25 Abril de 1974 para instaurar uma democracia, porque é que não exercemos o direito mais importante que a Revolução dos Cravos nos deu?

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